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domingo, 14 de abril de 2019

Casa de Vidro - Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi é um paradigma da arquitetura moderna brasileira. Italiana de origem, chegou a São Paulo nos anos 40 junto ao seu marido Pietro Maria Bardi. O casal não deixou mais o país. Em 1951, Lina se naturaliza brasileira, ano que coincide com a inauguração da sua primeira obra construída, nada menos que a Casa de Vidro, localizada no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Inicialmente idealizada como residência do casal e sede do Instituto de Arte Contemporânea, a Casa de Vidro foi a primeira residência do bairro, até então dominado pela Mata Atlântica, quando a expansão da cidade começava a ocupar a outra margem do rio Pinheiros.




Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

As referências, ou pelo menos similitudes, são claras. Em 1949, após quatro anos de projeto, Philip Johnson inaugurava sua casa homônima –Glass House– em Connecticut, Estados Unidos. Johnson viveu nela até sua morte, em 2005, así como Lina viveu toda sua vida na sua Casa de Vidro. Inspirador e, ao mesmo tempo, inspirado pela Glass House, Mies van der Rohe terminava sua prestigiada Casa Farnsworth no ano de 1951, em Illinois, Estados Unidos. As três casas são marcadas pela transparência dos grandes panos de vidro e pela leveza de suas estruturas de aço. Foram projetadas quase simultaneamente e, além disso, à exceção de Johnson, Mies e Lina constroem suas casas em países que não são os seus de origem. Três projetos que apresentam muito em comum, mas que pela consistência projetual e construtiva de cada um, conseguem se identificar com o local e a se destacarem individualmente. Mais que feitos genealógicos, a Casa de Vidro, a Glass House e a Casa Farnsworth são feitos paralelos.

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Uma das primeiras intenções de Lina foi conservar o perfil natural do terreno, muito inclinado, o que influiu para que a frente da casa fosse construída sobre pilotis, mas sem deixar de fazer referência a um dos cinco pontos da arquitetura propostos por Le Corbusier. A parte de trás da residência ficou, por conseguinte, apoiada em muros de concreto diretamente sobre o terreno. Esse aspecto maciço da porção posterior se contrapõe com a leveza da porção sul e sua fachada principal, criando um rico diálogo entre transparência e opacidade, natureza e construção, interior e exterior, que trás novamente à mente os exemplos das primeiras casas corbusierianas.

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

A estrutura vertical se compõe por esbeltos tubos de aço, dispostos em um modulação de quatro módulos de largura por cinco de profundidade. Formam o pilotis da residência e avançam pela laje do piso superior até alcançarem a laje de coberta, ambas de concreto armado. A casa se vê, assim, como uma caixa transparente flutuante em meio da natureza. De modo a tirar o máximo de proveito da privilegiada vista que se despega para a cidade, a casa foi projetada com o mínimo de proteção, de tal modo que as grandes janelas não possuem guarda-corpo. Assim, ao mesmo tempo que a casa atua como um refúgio, proporciona uma vida em constante contato com a natureza e contemplação da paisagem. O casal Bardi pretendia, com isso, desfrutar dos nasceres e pores-do-sol, das chuvas e tempestades, das mudanças naturais.




Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

A casa está dividida em duas porções bem definidas. A primeira representa o salão de estar e jantar, dominada pelas grandes aberturas de vidro. Ocupa toda a largura e os dois primeiros módulos da profundidade da residência. Ao centro desse salão se encontra um pátio, no qual foi mantida uma árvore remanescente da vegetação local. Além de servir como elemento de amenização climática, possibilitando ventilação cruzada nos dias quentes, esse elemento reforça o desejado contato com a natureza, além de, mais uma vez, fazer menção aos mestres modernos, através das casas-pátio de Mies van der Rohe. Uma escada aberta, feita com estrutura de aço e degraus de granito, é o acesso principal ao andar superior da casa. Seu desenho de linhas simples é o único elemento que se sobressai no vazio do pilotis.

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

A segunda porção é formada pela área dos dormitórios e de serviços, os quais ocupam os três módulos posteriores e configuram a parte maciça e opaca da casa. Os dormitórios são adjacentes ao salão de estar e a área de serviços forma o último módulo, a norte. Conectando essas duas faixas está a cozinha, que junto a outro patio aberto, mais amplo que aquele do salão de estar, conformam a faixa central dessa porção maciça da residência. O patio é mais uma vez um elemento essencial para o conforto da casa, permitindo a ventilação de todos os dormitórios. No primeiro piso, além disso, se encontram as zonas de máquinas e a garagem.

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Em 1987, a Casa de Vidro foi tombada pelo CONDEPHAAT como patrimônio histórico do estado de São Paulo e desde 1995 é sede do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi e abriga parte da coleção de arte adquirida pelo casal ao longo de suas vidas.

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi




Arquitetos:Lina Bo Bardi
Ano: 1951
Tipo de projeto: Residencial
Status:Construído
Materialidade: Vidro e Metal
Estrutura: Concreto
Localização: São Paulo, Brasil
Implantação no terreno: Isolado


Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi

Casa de Vidrio - Lina Bo Bardi
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sábado, 13 de abril de 2019

Residência Belvedere - Anastasia Arquitetos

O partido arquitetônico busca privilegiar ao máximo a integração entre espaços externos e internos, confundindo seus limites, e , assim, aumentando a sensação de amplitude .

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos




Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Devido ao tamanho reduzido do terreno, foram praticamente eliminados espaços residuais e de transição (o hall de entrada, por exemplo, não existe, em favor de uma permeabilidade visual com o jardim de entrada, conseguido através de grandes portas pivotantes na fachada frontal).

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

A planta é retangular, compacta, extendendo-se até os limites laterais do terreno. A iluminação dos espaços, além das grandes portas nas fachadas frontal e de fundos, é feita através de fechamento em vidro opaco (u-glass, que gera um bom isolamento térmico, devido à camada de ar entre eles) entre as lajes de cobertura, defasadas. Uma cobertura em vidro sobre pergolado de concreto completa a iluminação,através do jardim interno. Assim, a casa é plena de luz natural indireta, zenital, o que, além de evitar a iluminação artificial durante o dia, evita o calor excessivo da luz solar direta.

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

O vento dominante vem da rua, portanto as portas de entrada funcionam como reguladores da velocidade do vento. Totalmente abertas no verão, favorecendo a ventilação cruzada, e fechada no inverno, ou mesmo semi-abertas quando se desejar pouca ventilação.

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

A residência foi implantada no nível da rua, 1 metro acima do terreno natural, para evitar desníveis e melhorar a acessibilidade das áreas sociais. Torna- se, também, mais protegida da umidade do solo.




Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

É importante lembrar que um dos motivos da implantação compacta no terreno, reduzindo sua “pegada” (footprint), foi aumentar a permeabilidade do terreno, algo necessário nas nossas cidades.

Coletores solares (que atendem a casa e à piscina) ocupam a maior parte da laje de cobertura, o que inviabilizou o uso dessa área, inicialmente cogitado.
Devido aos grandes vãos desejados,apoiados em poucos pontos de fundação, e ao grande balanço da varanda, as paredes superiores são vigas em concreto, feitas com formas ripadas de madeira, deixadas aparentes . A sua estética é derivada da sua opção estrutural, não sendo, portanto, decorativa. Esta ginástica estrutural foi importante, uma vez que pilares de apoio na varanda seriam contrários à intenção de integração entre interior/exterior desejada.
O resultado foi uma residência leve (apesar de sua estética em concreto aparente), iluminada e ventilada, com espaços agradáveis e proporcionais, que realizam o desejo inicial de maior aproveitamento de área externa possível .


Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos




Arquitetos:Anastasia Arquitetos
Ano: 2011
Área construída: 370 m²
Área do terreno: 450 m²
Tipo de projeto: Residencial
Status:Construído
Materialidade: Concreto e Vidro
Estrutura: Concreto
Localização: Belo Horizonte, Brasil
Implantação no terreno: Isolado


Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos

Residencia Belvedere - Anastasia Arquitetos
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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Casa em Afife - Alfredo Resende Arquitectos

A Norte de Viana de Castelo, entre serra e mar, Afife detém um admirável cenário de paisagens que se interligam perfeitamente. Quando o cliente me foi mostrar o terreno que tinha comprado, não pude deixar de ficar surpreendido com a fantástica vista panorâmica que dele se vislumbra sobre o mar.




Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Situado no alto da montanha e protegido das nortadas, ficou logo claro que a implantação da casa era fundamental, uma vez que o lugar era o motivo da sua construção.

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

De forma a procurar uma melhor relação com o terreno, a casa pousa numa plataforma criada pelos muros de pedra existentes que definem a topografia do local, alguns em ruínas, que foram necessários reconstruir.

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Fruto da sua excelente localização, implantada na cota alta, a casa de forma geométrica simples, tinha de ser assim, como se estivesse esticada ao sol a ver o mar.

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Com limites orçamentais previamente bem definidos este volume em vidro e reboco pintado a branco, criam um diálogo entre o actual e o passado que se unifica naturalmente com a paisagem.


Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos




Arquitetos:Alfredo Resende Arquitectos
Ano: 2007
Área construída: 245 m²
Tipo de projeto: Residencial
Status:Construído
Materialidade: Vidro
Estrutura: Concreto
Localização: Viana de Castelo, Portugal
Implantação no terreno: Isolado


Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos

Casa Afife - Alfredo Resende Arquitectos
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